quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Pensamentos Confusos. . .


Desilusão. Por que construímos imagens das pessoas? Às vezes gostamos de alguém não por aquilo que ela é, mas pelo que nós pensamos que ela é, e na maioria das vezes, quando descobrimos que aquela imagem que tínhamos era uma mentira, ficamos indignados. Como se a pessoa tivesse culpa dos nossos devaneios.


Eu nunca acreditei no amor. Não sei se porque sou descrente demais, ou se porque nunca senti nada parecido com o que dizem que ele é, ou se porque todos os relacionamentos que conheço são um fracasso, só o que sei é que não consigo acreditar na existência de algo tão abstrato e surreal. Mas, ultimamente tenho me perguntado como é sentir amor? Se amor for pensar tanto em alguém que as vezes até te dói um pouco, se amor for ocultar os defeitos, ou até mesmo expô-los, mas amá-los com a mesma intensidade e as vezes até mais do que ama as qualidades, se amor for querer estar com alguém a cada batida do seu coração, se amor for ir todo dia ao mesmo lugar só para ver alguém, se amor for pensar em alguém em todos os momentos e mesmo dormindo ainda sonhar com esse mesmo alguém, se amor for ter sonhos e devaneios, se amor for sentir o coração bater acelerado só por estar no mesmo local que alguém, se amor for sentir ciúmes de algo que não lhe pertence, se amor for ligar pra alguém na esperança de pelo menos ouvir a voz dela, se amor for tudo isso, então eu acho que, mesmo sem querer ou acreditar, EU AMO. No entanto, ainda não consigo acreditar que EU possa estar amando. As vezes, acho que invento sentimentos, sensações e mais uma porção de coisas, só pra me sentir mais humana, só pra não sentir que sou tão desprezível que não consigo nem mesmo sentir um sentimento que qualquer idiota já sentiu. Não que eu queira sentir algo só porque outras pessoas sentiram, se fosse assim iria agora mesmo pular da ponte pra saber qual a sensação (idiotice, eu sei!), mas o problema não é esse, sinto como se bem lá no fundo, eu realmente não sentisse nenhuma das coisas que penso que sinto. Confuso? Eu sei, é exatamente assim que estou: CONFUSA.


Criei uma personagem de alguém já existente, inventei qualidades, ocultei defeitos. Esqueci de lembrar que as personagens só são perfeitas nos livros. E nos livros, diferentemente da vida real (infelizmente!) existe um autor, e este faz o que bem entende com seus personagens. Se a vida tem um autor ele gosta de sofrimento, tramas enroladas e a mudança contínua de protagonistas. Acho que o autor da minha vida é algum doente, um sádico. Nossa, que confusão! Meus pensamentos e meus sentimentos, e mais do que isso minha capacidade de raciocínio e de entendimento foram afetados. Algum tipo de vírus, muito complexo por sinal, atacou todos os meus sistemas, e está acabando com a placa mãe.


Minha capacidade de julgar... Como fui tão boba a ponto de acreditar que poderia ser diferente? Afinal, todos são iguais! Como fui tão cega? Cheguei a acreditar que eu não era digna, cheguei a pensar que eu era o problema, que eu nunca poderia conseguir algo que era superior a mim... Que tola! Mas acho que não existe alguém certo ou errado. Eu tenho que entender, saber diferenciar o que eu criei da realidade, não tem culpa de ser diferente do que eu inventei. Seres humanos, todos têm defeitos e qualidades. Mas uma garotinha boba resolveu acreditar, ou melhor, imaginar, que existiria no mundo alguém do jeito que ela sonhou. Que tola! Será que ela ainda não aprendeu que a vida não é fácil? Que a vida não é um roteiro de novela onde no fim tudo dá sempre certo? Boba!


Não amo! Invento amores platônicos pra me sentir mais humana, e ao primeiro sinal deles se tornarem possíveis, vejo o quanto seria entediante viver presa a sentimentos incompreensíveis. Okay, talvez eu seja estranha, talvez eu não tenha mesmo amor no coração (teoria da minha mãe!), mas e daí? Quem disse que esse é o pré-requisito pra continuar vivendo? Quem disse que todos têm que se apaixonar? Quem disse que todo mundo tem que descobrir o amor? Eu não preciso viver um filme de amor, a realidade pode ser tão mais legal!


Construirei minha realidade! Construirei o meu roteiro, não terá um príncipe encantado lindo, atraente, corajoso e apaixonante. Mas em compensação não terá uma vilã medíocre e invejosa querendo me ferrar a todo momento pra ficar com esse Sr. Perfeição.


Só é preciso um pouco de imaginação! E imaginar eu sei, afinal não imaginei alguém apaixonante, porque não posso imaginar a vida sendo uma aventura? Xoxo! ;)